Mecânica dos Solos – Ponto de vista da engenharia civil

Por
Eng Civil Nilton de Oliveira e Silva
Presidente AEAAC
CREA 600760420

Quando falamos de solo, temos que ter em mente primeiramente sobre a sua origem. Ele vem da decomposição (intemperismo químico) ou da desintegração (intemperismo físico) das rochas. Essa ação gera sedimentos, aos quais poderão ser carregados por agentes, como a água, e serem realocados em locais afastados de sua origem. O tempo pode fazer com que os sedimentos alterem a própria composição original, acarretando em solos diferenciados.

Com isso, o solo pode ser agrupado em: Residual, que são os que continuam no local de origem, contam com as seguintes camadas: solo residual maduro, solo residual jovem, rocha alterada e rocha sã. O solo sedimentar ou transportados, são os que migram do lugar de origem através de agentes, podendo ser eles aluvionares (transportado pela água), terraço fluviais, colúvio (transportado pela gravidade nas encostas), tálus (igualmente transportado pela gravidade, porem com presença de bloco de rochas), sedimentos marinhos (produzidos em ambientes de praia e manguezais) e eólicos (transportado pela ação do vento). Tem-se ainda o solo orgânico, composto de decomposição de matéria orgânica e apresenta muita problemática para a construção por serem altamente compressíveis, além disso, em alguns solos é possível encontrar formação de turfas, que é uma matéria orgânica combustível.

Entre as partículas do solo existem espaços ao quão são chamados de vazios. Normalmente são preenchidos por elementos naturais como água e ar. Inclusive o índice de vazios é uma das propriedades mais importantes do solo, principalmente no estudo de compressibilidade e colapsibilidade.

O estudo do solo é imprescindível antes de começar uma fundação, pois os vazios podem alterar as características de um solo. O processo de compactação de solo processa justamente a diminuição dos vazios, passando as características de aumento de resistência e diminuição de sua compressibilidade e permeabilidade. Até porque, o solo deve se manter estável e homogêneo em todos os períodos do ano, independente de chuvas ou secas.

Os tipos de equipamento a ser utilizados em uma compactação de solo dependem do tipo de material e da espessura da camada de compactação. Para a engenharia, os mais utilizados são os rolos de pé de carneiro (compactação de solos argilosos com camadas entre 15 a 30cm), rolos pneumáticos de pneus pequenos (compactação de siltes arenosos e argilas arenosas ou areias com cascalho com camadas entre 30 a 60cm), rolos vibratórios (para camadas de 10cm a 1m) e compactadores manuais, sendo mais utilizado quando o local não comporta o maquinário, tendo camadas por volta de 10cm.

O conhecimento do solo é essencial e está fortemente atrelada aos projetos e construções de fundações, sendo essa a parte principal de qualquer estrutura tendo toda a sua carga da construção depositada no solo. Com a aplicação dos princípios da mecânica, é possível qualificar melhor e dimensionar qual melhor tipo de fundação devem ser usados em cada caso, afinal, os locais são imprevisíveis. Isso reflete em economia na construção, evitando prejuízos, problemas com instabilidade como infiltrações ou recalque. Não só isso, mas cuidar bem do solo e prepara-lo adequadamente aumentará as chances de sucesso do serviço de construção civil que se espera realizar.

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