Por Fabricio Oliveira – MTB nº 57.421/SP
Nos últimos anos, a Engenharia testemunhou uma revolução silenciosa, mas poderosa, impulsionada pela integração da Inteligência Artificial (IA) em suas práticas cotidianas. De projetos de construção a análises de dados complexos, a presença da IA está redefinindo os limites do que é possível na engenharia moderna. Esta matéria investiga não apenas como a IA está sendo incorporada na engenharia, mas também como está transformando radicalmente a forma como os engenheiros abordam seus desafios diários.
Desde sua concepção, a IA tem estado intrinsecamente ligada à engenharia. Engenheiros foram fundamentais no desenvolvimento e aprimoramento de algoritmos e sistemas de IA. A engenharia forneceu o terreno fértil para a aplicação prática da IA, desde o projeto de sistemas de controle automático até a automação de processos industriais complexos. Portanto, não é surpresa que a IA tenha encontrado um lar natural na engenharia, impulsionando avanços significativos em áreas como aprendizado de máquina, visão computacional e processamento de linguagem natural.
Embora a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) não tenha normas específicas que abordem diretamente o uso da IA na engenharia, muitas das normas existentes fornecem uma estrutura sólida para garantir a qualidade e a segurança das aplicações de IA. Por exemplo, normas relacionadas à segurança de máquinas e equipamentos, gestão de riscos e qualidade de dados são fundamentais para orientar o desenvolvimento e a implementação de sistemas de IA na engenharia.
O analista de sistemas Fernando Buarque, PhD em inteligência artificial e professor da UPE, iniciou sua palestra na 78ª Soea, em 2023, destacando que a Inteligência Artificial, apesar de já estar em uso bastante comum, ainda não é regulamentada, “e essa liberdade hoje é usada para o bem e para o mal, pois utilizamos a IA o tempo todo no ambiente de trabalho, porém ainda não estamos acostumados aos seus riscos”. “Vivemos hoje a revolução da inteligência, que está dentro da revolução tecnológica, e quem promove a revolução são as próprias tecnologias”, diz. A IA serve para resolver problemas complexos, ou seja, com muitos dados, sem caminho de solução conhecido, que variam com o tempo / contexto, e que admitam múltiplas perspectivas / objetivos.
Buarque afirma que “a IA responsável não só examina as saídas, as soluções, mas tenta mitigar as consequências éticas indesejáveis que ela pode produzir”.
A presença da IA está transformando radicalmente o dia a dia dos engenheiros em várias frentes. No design e na simulação, a IA está acelerando o processo de prototipagem e otimização, permitindo aos engenheiros explorar uma gama mais ampla de soluções de design em um tempo muito menor. Além disso, a IA está revolucionando a manutenção preditiva, ajudando a detectar falhas em equipamentos antes mesmo que ocorram, economizando tempo e dinheiro das empresas.
Para o Presidente da AEAA Caraguatatuba, Engenheiro Nilton de Oliveira Silva, a presença da Inteligência Artificial na Engenharia não é mais uma visão do futuro, mas uma realidade tangível que está transformando a maneira como os engenheiros pensam, projetam e constroem o mundo ao nosso redor. “Com a integração contínua da IA, os engenheiros estão equipados como nunca antes para enfrentar os desafios complexos do século XXI, impulsionando a inovação e criando um futuro mais eficiente e sustentável”.
Na construção civil, a IA está sendo usada para melhorar a eficiência energética, otimizar o uso de materiais e garantir a segurança no local de trabalho. Sistemas de IA integrados em edifícios inteligentes estão monitorando continuamente o desempenho e ajustando o ambiente para maximizar o conforto dos ocupantes enquanto minimizam o consumo de energia.
