A crescente importância da sustentabilidade na agenda global está transformando a forma como as organizações abordam suas operações. Com a integração do protocolo ESG (Environmental, Social, and Governance) e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, os profissionais de engenharia são fundamentais na criação de soluções que promovam práticas responsáveis.
A Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Caraguatatuba destaca, neste artigo, a importância da engenharia no avanço das iniciativas de ESG, alinhadas com os ODS.
“A engenharia é a força motriz por trás da inovação tecnológica, que é fundamental para a implementação das práticas de ESG. Tecnologias como a inteligência artificial, a Internet das Coisas (IoT) e a análise de dados permitem que as organizações monitorem e otimizem seus impactos ambientais e sociais”, garante o Presidente da AEAA Caraguatatuba, Engenheiro Nilton de Oliveira e Silva.
No Crea-SP, o assunto está presente internamente e na programação de eventos e conteúdos. Os ODS são conhecidos da autarquia, que se tornou signatária do Pacto Global da ONU em 2019. A partir deles, vieram os desdobramentos de ESG, direcionados aos profissionais, empresas, entidades de classe, instituições de ensino, estudantes ou à própria sociedade. “A distribuição maximiza o Conselho como fonte técnica ativa e atuante, já que estamos nesse meio entre o profissional e o mercado de trabalho, o especialista e os gestores públicos”, conta a presidente Eng. Lígia Mackey.
“Tudo é considerado, não só a visão da pessoa que tem o capital”, explica a Geog. Rebecca Cavalcante, especialista convidada para inaugurar a Trilha de ESG do Crea-SP Capacita. Na aula, que está disponível na plataforma para profissionais registrados no Conselho, ela conta que os Objetivos da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) estão mais relacionados ao longo prazo, com foco na sociedade. Enquanto isso, as práticas ESG são pensadas para espaços específicos, com propósitos mensuráveis que podem gerar dados para a administração.
Ainda durante o evento ela destaca que a questão central para a virada de posicionamento é: “quais são os riscos se não fizermos nada e quais são as oportunidades se fizermos?”. A dúvida motiva e impulsiona uma virada de chave em que o que entra em jogo é a reputação. “As empresas não nascem sustentáveis. Elas devem passar por uma trajetória de crescimento e levam-se anos nisso para formar uma estrutura de manutenção, métodos, gestão de dados, processos, estratégias e políticas para a instituição”, afirma a geógrafa.
Vamos aos exemplos aplicáveis:
A engenharia sustentável está no centro das práticas de ESG, fornecendo soluções inovadoras que permitem às organizações reduzir seu impacto ambiental. Engenheiros são responsáveis por desenvolver tecnologias que minimizam o uso de recursos, promovem a eficiência energética e geram energia a partir de fontes renováveis.
Engenheiros também desempenham um papel crucial no planejamento e na construção de infraestruturas resilientes que são fundamentais para a adaptação às mudanças climáticas. Engenheiros podem influenciar a governança corporativa através da promoção de práticas transparentes e éticas em projetos e processos de engenharia. Isso inclui a conformidade com padrões regulatórios, a promoção de uma cultura organizacional ética e o envolvimento de partes interessadas na tomada de decisões.
Em organizações públicas, os engenheiros são essenciais para a implementação de políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável. Em empresas privadas, eles podem liderar a integração de práticas de ESG nos processos de negócio, desde a cadeia de suprimentos até a gestão de riscos.
“A jornada rumo a um futuro mais sustentável é impulsionada pela colaboração entre engenheiros e organizações comprometidas com a responsabilidade social e ambiental. A nossa Associação continua a encorajar os seus membros a liderarem a integração de práticas de ESG com os ODS, ajudando a moldar um mundo melhor para as gerações futuras”, finaliza o Presidente da AEAA Caraguatatuba, Engenheiro Nilton de Oliveira e Silva.
Por Fabricio Oliveira – MTB 57.421/SP
Fontes:
Site do CREA-SP
Site da ONU
Tradução de trechos de relatórios internacionais, entre eles: da Global Reporting Initiative (GRI), Sustainability Accounting Standards Board (SASB) e Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD).