O contato com a natureza é essencial para a saúde e o bem-estar humano. No entanto, com a urbanização crescente, muitas pessoas passam grande parte do tempo em ambientes fechados, longe de elementos naturais. Para reaproximar a natureza do ser humano, o design biofílico reúne elementos como plantas, água, luz do sol e materiais de origem natural para criar espaços aconchegantes, capazes de promover benefícios para a saúde física e mental, algo que foi comprovado cientificamente. “Biofilia significa amor à, ou afinidade com a natureza. O design biofílico ou, mais especificamente, a arquitetura biofílica consiste no uso de elementos da natureza no projeto dos espaços internos ou externos. Este é um tema que vem sendo muito estudado pela psicologia ambiental, que estuda a relação entre o ser humano e seu ambiente”, relata Gabriela Celani, professora do Departamento de Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, ao G1. O design biofílico incorpora nos ambientes não apenas vasos com plantas naturais, mas também materiais de acabamento naturais (como madeira, bambu, palha e pedra), inclui água (na forma de fontes e espelhos d’água), luz natural (evitando a dependência da luz artificial) e ventilação natural cruzada (evitando o uso do ar-condicionado). As aberturas (como portas, janelas, varandas e pátios) permitem conectar o espaço interno ao externo, com a visualização de plantas e da paisagem ao redor do edifício.
PESQUISA
Estudo da Esalq pode mudar forma de preservar florestas no Brasil
Pesquisadores da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) de Piracicaba realizaram um estudo para criar estratégias para ampliar a preservação da diversidade genética da floresta Amazônica. O estudo apontou que estratégias específicas, direcionadas para cada espécie de árvore, são mais eficientes do que as formas generalizadas adotadas pela legislação brasileira. O estudo mostra que a proximidade entre as árvores é importante para facilitar o chamado fluxo gênico, que é a transferência de genes entre indivíduos da mesma espécie, dentro das florestas. Ainda segundo o estudo, esse fluxo é importante para a adaptação e sobrevivência de cada espécie de árvore. Segundo dados divulgados pela Esalq, a pesquisa analisou o impacto da exploração madeireira com base no diâmetro mínimo de corte (DMC), regra que define o tamanho mínimo das árvores que podem ser retiradas. Os cientistas avaliaram se as árvores que permanecem na floresta após o corte ficam próximas o suficiente para garantir a troca de pólen e a diversidade genética. Além disso, o estudo propôs um novo critério, que foi chamado de distância mínima de corte, que considera a proximidade entre as árvores remanescentes. O impacto do novo critério foi comparado ao dos critérios atuais para avaliação na eficácia. “O estudo reforça a necessidade de revisão das normas de exploração madeireira, incentivando políticas que aliem produção e conservação ambiental”, diz o professor Edson Vidal, do departamento de Ciências, ao Simpa.